Mantendo o hábito de desafiar os Sócios a suspenderem a hibernação dos seus carros logo no 1º trimestre do ano, propusemos a descoberta do Vinho de Carcavelos DOC “Villa Oeiras” para a manhã da AGO – Assembleia Geral Ordinária do MGCP.
Este vinho generoso secular, encontra-se recuperado e é produzido pela C. M. de Oeiras, desde 2006, na Adega do Casal da Manteiga, usando a uva que se colhe na vinha que a circunda.
O vinho é de Carcavelos e, tal como o Porto, o Moscatel e o Madeira, é um dos poucos vinhos generosos nacionais e aquele que tem a mais pequena região demarcada no país. Ao estender-se desde Paço de Arcos até São João do Estoril abrange os dois concelhos de Oeiras e Cascais. Com 25 hectares de extensão, a partilha é de cerca de meio por meio entre ambos.
O vinho é atlântico, branco e generoso porque é fortificado, maioritariamente, com a afamada aguardente da Lourinhã que lhe confere uma cor de mel. Cultivadas em solos calcários são 3 as castas brancas que determinam a singularidade deste vinho. O Arinto, que predomina no país, o Galego Dourado, que é a mais representativa e também presente em Setúbal e em Colares, e o Ratinho, casta autóctone, que permite ao produto “envelhecer bem”. É no estágio de 15 anos em carvalho nacional e francês que ganha as notas complexas e a textura aveludada.
A história deste vinho remonta ao reinado de D. José I, em 1752, altura em que a sua fama e prova chegaram à corte de Pequim, encantou Shakespeare e levou Thomas Jefferson, o 3º Presidente dos EUA, a considerar a Adega do Palácio do Marquês de Pombal como uma das mais avançadas da Europa.
De facto, e sendo contemporâneas, enquanto a Adega do Casal da Manteiga foi uma antiga abegoaria, a Adega do Palácio do Marquês de Pombal, da autoria de Carlos Mardel, foi pensada para ser um edifício monumental ornado com os bustos dos imperadores Romanos e, à época, considerada como a maior da região para servir de celeiro e de adega com capacidade para 900 pipas.
Sempre na companhia da Técnica Especialista em Enoturismo Catarina Silva, começámos a visita às vinhas e à adega de produção e acabámos na Adega do Palácio onde provámos o azeite a par do Carcavelos Villa Oeiras, que estagia 7 anos em madeira, e do Villa Oeiras Superior, que fica em barrica durante 15 anos. Para completar a experiência, o mais caro Villa Oeiras Colheita podia ser comprado na loja.
Depois do almoço, já na sede do Clube, decorreu a AGO em que foram eleitos, por voto eletrónico, os novos Órgãos Sociais para o biénio 2025 – 2026.