Os MG K-type Magnette foram uma série de automóveis desportivos produzidos pela marca britânica entre Outubro de 1932 e 1934, em aproximadamente 250 unidades, distribuídas por três séries.
O K-type veio substituir o F-type Magna e, por ter um motor de menor cilindrada, foi alcunhado de Magnette, utilizando o chassis do primeiro como base, mas aqui reforçado e aumentado, com duas distâncias entre eixos diferentes. O sistema de direcção foi completamente alterado, tendo tirantes divididos de modo a diminuir os impactos no volante. Ao nível de travagem, está equipado com tambores de 330mm nas quatro rodas, produzidos na liga de magnésio Elektron. A suspensão é composta por eixo rígido na frente e traseira com molas semielípticas e amortecedores de fricção Hartford.
No que toca à sua mecânica, os motores de árvore de cames à cabeça foram concebidos pela Wolseley, com seis cilindros em linha, uma cilindrada de 1,1L, cabeça do motor de fluxo cruzado e três carburadores SU, sendo capaz de produzir 39 cavalos de potência às 5500rpm nesta configuração, que ficou conhecida por KA. Em 1933 foi concebido um motor modificado, com melhoramento no tempo de abertura das válvulas e com apenas dois carburadores, produzindo 41cv e designado de KB. Existiu ainda o motor KC, destinado especificamente para os automóveis de competição, no qual era adicionado um compressor volumétrico, com a potência a subir para os 120cv às 6500rpm. Existiu ainda uma versão com o motor KD, de 1,3L de cilindrada, com uma potência de 49cv. Acoplado ao motor está uma caixa manual de quatro velocidades, sem sincronização ou com pré-selecção ENV, que envia a potência para as rodas traseiras.
O MG K3 era a versão de competição do modelo, equipado com chassis curto e com o motor KC, inicialmente com um compressor Powerplus, sendo substituído, posteriormente por um Marshall, sempre montados na frente do motor, por baixo do radiador. No total, apenas 33 MG K3 Magnette foram produzidos.
Presente neste artigo está um dos três exemplares que competiram nas Mille Miglia de 1934 pela equipa oficial, sendo considerado como o mais original dos sobreviventes, mantendo todos os componentes originais, incluindo o compressor Marshall. Com o chassis número K3016, este K3 foi conduzido por E.R. “Eddie” Hall, acompanhado pela sua esposa Joan como mecânica.
Estes três exemplares tinham algumas diferenças, como um escape mais baixo, tubagens de combustível reforçadas e um farol de nevoeiro. Curiosamente, o chassis apresentado aqui preserva todas estas características inalteradas. Todos os três MG K3 foram registados com matrículas sequenciais, a começar pelo JB3180, sendo que JB era o prefixo utilizado por todos os automóveis da MG que competiam pela equipa oficial.
Em 1935, foi vendido para a Austrália, onde permaneceu por seis décadas, competindo no Grande Prémio do país em 1937 e 1938.
Foi a leilão, num evento organizado pela RM Sotheby’s nos passados dias 1 e 2 de Novembro de 2024 em Londres, sendo vendido por pouco mais de 600 mil euros.
Fonte: https://www.jornaldosclassicos.com/2025/05/19/o-mg-k3-magnette-que-comp…
