O Austin Metro foi lançado em 1980 como um complemento e possível substituto do Mini original, com um conceito semelhante, mas com mais espaço e conforto, surgindo sob a sua designação original como Austin Mini Metro. A partir de 1982 passou a ser vendido apenas como Metro, pois a marca Austin desapareceu e, a partir de 1990, como Rover Metro, dando assim origem ao Rover 100.
A partir de 1982 apareceram as versões mais desportivas do Metro, vendidas sob a marca MG, daí ser conhecido como MG Metro. Existiam duas versões MG, o Metro 1300 e o Metro Turbo, ambas equipadas com o motor de 1275cc extraído do Mini, mas aqui com algumas alterações, como a cabeça do motor diferente, com válvulas maiores, perfil das cames diferentes e um carburador maior, fazendo assim a potência subir para os 72cv no MG Metro 1300.
Já o MG Metro Turbo via ser adicionado um turbo ao motor, tal como o nome indica, e a potência subia para os 93cv e a velocidade máxima para os 180km/h. Além das alterações mecânicas efectuadas ao MG Metro Turbo, como a cambota construída em aço nitratado e as válvulas de escape arrefecidas com sódio no seu interior, este tinha também uma suspensão mais firme, desenvolvida com a ajuda da Lotus.
No entanto, a versão mais “monstruosa” do Metro é sem dúvida o MG Metro 6R4, concebido para o Grupo B de ralis, tendo quase tanto de largura como de comprimento. A designação 6R4 vem do motor de seis cilindros, Rally e tracção às quatro rodas. Este modelo apenas retinha a designação, o aspecto e os faróis do Metro de estrada, sendo tudo o resto alterado. O desenvolvimento esteve a cargo da Williams, sob a égide de Patrick Head, tanto a nível mecânico, como aerodinâmico.
O Metro 6R4 está equipado com o motor V64V desenhado por David Wood, um V6 com duas árvores de cames em cada cabeça, quatro válvulas por cilindro e 3,0L de cilindrada, com potências que podem ir dos 250cv nas versões de estrada Clubman, até aos 416cv nas versões de competição, dependendo das especificações requeridas. Acoplado ao motor está uma caixa manual de cinco velocidades, a transmitir a potência para as quatro rodas.
A carroçaria tem uma mistura de materiais, sendo que a base da carroçaria do Metro é mantida do modelo original, ou seja, é construída em aço, enquanto que o tejadilho é de alumínio. Todos os restantes elementos são em fibra de vidro.
O Metro 6R4 nunca foi um modelo competitivo, muito por culpa da falta de desenvolvimento e também de potência, principalmente por não ter um motor sobrealimentado como os seus rivais. Quando o Grupo B foi banido, muitos Metro 6R4 competiram nos ralis nacionais e regionais (naqueles que o permitiam), ou então no Rallycross, aí já com algum sucesso. A Austin-Rover vendeu todas as peças e motores à TWR, que posteriormente utilizou estes motores para desenvolver a unidade motriz do Jaguar XJ220.
No presente artigo encontramos o Metro 6R4 com o chassis #102, adquirido em 1985 pelo piloto Ian Donaldson, que obteve o terceiro lugar da geral no Clarenbridge Crystal Galway Rally em Fevereiro de 1986. Em 1987 foi vendido ao piloto John McKerrell que o utilizou em 18 ralis, até o vender a John Markwood, mais recentemente, que o utilizou em várias provas entre 2004 e 2009. Após a sua carreira terminar, este Metro 6R4 foi totalmente restaurado e foi vendido para a Bélgica, onde foi decorado com a famosa decoração da Belga utilizada por Marc Duez. A mecânica também foi totalmente restaurada em 2020, retornando às especificações originais de 3,0L de cilindrada e 410cv de potência.
Foi levado a leilão, no passado dia 12 de Julho, num evento organizado pela Bonhams aquando do Goodwood Festival of Speed, sendo vendido por cerca de 94.500 euros.
Fonte: Jornal dos Clássicos