177ª Concentração MGCP

24 a 26 Fevereiro 2023
Amendoeiras em flor no Alentejo
Nacional

As amendoeiras eram uma das atrações, mas o clima local não permitiu que a pujança da sua floração coincidisse com o nosso fim-de-semana.
A Rota do Fresco, ao envolver 15 municípios alentejanos como Alandroal, Aljustrel, Alvito, Beja, Borba, Castro Verde, Cuba, Évora, Montemor-o-Novo, Moura, Portel, Serpa, Viana do Alentejo, Vidigueira e Vila Viçosa deixa ainda muito para descobrir noutras igrejas, capelas e ermidas da região que mais facilmente se abrem a grupos para exporem estes tesouros escondidos com cerca de 500 anos.
Orientados pela Dra. Dulce Lopes vimos várias Pinturas Murais a Fresco nas Igrejas Matriz e da Misericórdia, em Vila Ruiva, e ainda na Ermida da N. Sra. da Represa. No dia seguinte terminámos esta Rota na Igreja de São Luís, em Faro do Alentejo. 
Para a visita à Igreja Matriz de São Vicente, em Cuba, foi o Dr. Nuno Sota que nos deu a conhecer a coleção de peças de arqueologia, pintura, estatuária, ourivesaria, têxtil e artes decorativas que constituem o seu Tesouro artístico, criado em 2003, depois de já nos ter falado desta edificação religiosa revestida de azulejos do séc. XVII e retábulos e estatuária dos sécs. XVII e XVIII.

Só estes dois aspetos já nos estimulam a voltar, mais há mais para recordar:

  • A suficiente Hospedaria do Carmo que muito ajudou a equilibrar o valor final do programa;
  • A comida farta e de requinte crescente desde a da D. Francisca do Restaurante Chave D’Ouro até à do Chef João Mourato na Quinta do Quetzal;
  • A disponibilidade e afabilidade de Ricardo Monteiro que nos recebeu na Herdade do Rocim até muito para além das suas horas de trabalho; 
  • A colaboração e entusiasmo de José Gonçalves para fazermos as duas provas desportivas na Herdade do Monte Novo e Figueirinha, obra do Comendador Leonel Cameirinha, e que após a visita guiada pelo lagar de azeite, o amendoal e a adega, nos apresenta os vinhos da casa, em bom Alentejano e da seguinte maneira: “Sê bem-vindo à Herdade da Figueirinha. Segue a tua INTUIÇÃO e NÃ TE RALES porque não vais apanhar AMNÉSIA, pois TÃ SOMENTE vais sair daqui CANTANDO a caminho de FONTE MOURO”;
  • Por último, as duas visitas assimétricas a espaços privados de que aqui deixamos apontamento.

 

  • ecoPalacete Borralho e Relógio, em Cuba

Na mesma família há 6 gerações tem o ano de 1875 como a data mais provável da sua construção e como seu habitante mais distinto e empreendedor o Sr. José Joaquim Palma Borralho (1985-1968). Distinguiu-se nas áreas da Agricultura (>3.000 hectares de herdades), Indústria (Moagem Palbor), Serviço Público (cedência de energia elétrica à população a partir da Moagem), Ação Social (apoio à educação infantil, maternidade, alimentação tendo sido Provedor da Sta Casa da Misericórdia local) e Política (Administrador do Concelho de Cuba cumulativamente com a função de Vogal da Comissão Administrativa que já exercia nessa Câmara Municipal).

 

  • Quinta do Carmo, na Vidigueira

A propriedade foi comprada em hasta pública, em 1932, pelo Sr. Joaquim Toscano Sampaio, avô da D. Maria do Carmo que com o seu marido, o Dr. Mário Maia e Silva, nos recebeu à entrada da propriedade. Nela se encontra o Convento Carmelita de N. Sra. das Relíquias, datado dos finais do século XV (+/- 1496) e relacionado com o culto à Virgem Maria.
Conta a lenda que pelos anos de 1480/1481, quando D. Afonso V reinava, este novo culto terá tido origem na aparição da Virgem no topo do zambujeiro a que uma humilde pastora se encostara chorando por não ter o que comer, dado que saíra de casa sem o pão que a mãe ainda não cozera. A Virgem disse-lhe que voltasse a casa e procurasse na arca do pão que ela encontrou cheia, de tal forma que o partilharam como os outros habitantes do Monte dos Alfaiates. Em face ao prodígio do pão, ali foi erigida uma ermida que mais tarde foi entregue aos monges carmelitas de Moura, para que ali estabelecessem um convento. A sua fundação encontra-se documentada por alvará expedido pelo Rei D. Manuel I, a 7 de janeiro de 1496, em Montemor.  
No entanto, a importância histórica deste monumento tem a ver com Vasco da Gama que tendo nascido em Sines era um apaixonado pela zona e sonhava um dia vir a ser o dono dessas terras que pertenciam à da Ilustre Casa de Bragança. Isso veio a concretizar-se quando, com a descoberta do Caminho Marítimo para a Índia, D. Manuel I lhe atribuiu grande riqueza a que lhe acrescentou, em 1519, o título de 1º Conde da Vidigueira, assim como o direito a usar o seu nome como D. Vasco da Gama.
Como ainda antes de ser senhor das vilas da Vidigueira e dos Frades, Vasco da Gama já era grande amigo dos frades do convento, expressou-lhes o desejo de ali vir a ser sepultado. Para adquirir esse direito para si e seus descendentes, pagou-lhes 13.000 reais, o que deixou escrito em documento.
De volta à Índia, D. Vasco da Gama veio a falecer em Cochim onde ficou sepultado, em 24 de dezembro de 1524, quando desempenhava há apenas 3 meses o cargo de 2º Vice-Rei da Índia. Porém, a família moveu todas as influências junto do rei, para que se cumprisse a sua vontade de ser sepultado na Vidigueira, o que veio a acontecer em 1539, ano em que a igreja conventual foi reconstruída por iniciativa de D. Miguel da Gama, sobrinho neto do navegador. Esta igreja que possuía grandes riquezas, entre elas um Relicário e um Porta Paz em ouro, prata e pedras preciosas que o padre André Coutinho trouxera da Índia, serviu de panteão para os seus descendentes Gama, os Condes da Vidigueira e os Marqueses de Nisa.
Com a extinção das ordens religiosas em Portugal, em 1834, D. Pedro IV ordenou que as suas riquezas, fossem levadas para Évora a fim de as preservar de possíveis roubos. Só ficaram os frescos e os túmulos que, em 1841, foram profanados quando o convento ficou ao abandono e porque o povo acreditava que os grandes senhores teriam sido sepultados com joias e outros objetos de valor. Daí, na Vidigueira ninguém garantir que sejam mesmo os restos mortais do navegador que, em 1880, foram trasladados para o Mosteiro dos Jerónimos, até porque a Real Academia de Ciências de Lisboa rejeitou as primeiras ossadas enviadas.
A traça original do convento era bem diferente. Foi o Visconde da Ribeira Brava, presidente da Câmara da Vidigueira em dois mandatos (1890 a 1902), quem a modificou. 
Em 1918, a imagem da Nª Sra. das Relíquias foi levada para a Igreja de S. Francisco onde é venerada como padroeira e de onde todos os anos sai em procissão para revisitar a sua primeira morada.

 

Classificações:

Prova Desportiva

Classe Sport

 

Class.

Prova de Perícia

Classe Sport

Nome do Sócio

MG / Tempo (sec)

Nome do Sócio

MG / Tempo (sec)

J. Preces Diniz

B – 25 / 26

J. Preces Diniz

B – 19 / 20

Tiago Silva

B – 25 / 27

Joaquim Lima

B – 21 / 21

Joaquim Lima

B – 27 / 27

Tiago Silva

B – 21 / 22

José Gil

B – Descl. / 27

Isabel Tinoco

B – 22 / 22

Isabel Tinoco

B – 28 / 28

José Gil

B – 22 / 23

J. Luís Poças

Midget – 29 / 30

J. Luís Poças

Midget – 23 / 23

João Gomes

B – 29 / 31

João Gomes

B – 25 / 26

Classe Produção

 

Classe Produção

Vasco Campos

F – 26 / 26

Vasco Campos

F – 26 / 26

Celestino Guerreiro

F – 28 / 28

Celestino Guerreiro

F – 28 / 28

Joaquim Cardoso

TF – 30 / 31

Joaquim Cardoso

TF – 30 / 31

J. Dinis Esteves

Não participaram

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J. Dinis Esteves

Não participaram

J. Silva Carvalho

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J. Silva Carvalho

A Vale Rêgo

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A Vale Rêgo